quem são os

Yanomami

O etnônimo "Yanomami" é uma forma simplificada da palavra Yanomamɨ, que significa "ser humano" na língua do ramo ocidental deste grupo (KOPENAWA; ALBERT, 2015).

Até a segunda metade do século XX, outras denominações eram utilizadas para se referir a partes dessa população, tais como Guaivas
Blancos, Guaharibos, Waiká (Guaica), Xiriana (Schiriana), entre outros. Hoje o
termo Yanomami representa um conjunto cultural e linguístico composto de,
pelo menos, seis subgrupos adjacentes que falam línguas da mesma família:
Yanomam, Yanomamɨ, Sanöma, Ninam, Ỹaroamë e Ỹanoma (FERREIRA; MACHADO; SENRA, 2019).

O território abrange aproximadamente 23 milhões de hectares de floresta
continua, situada em ambos lados da fronteira Brasil-Venezuela (TILLETT et al., 2014). No Brasil, habitam a Terra Indígena Yanomami, uma área com mais de nove milhões hectares, localizada nos estados de Roraima e Amazonas, homologada por decreto presidencial em 1992.

Na Venezuela, boa parte do seu território está protegida pelas figuras jurídicas
dos Parques Nacionais Parima Tapirapecó, Serranía e La Neblina, a Reserva da Biosfera Alto Orinoco–Casiquiare e vários Monumentos Naturais. Este regime fundiário, porém, não garante aos indígenas os mesmos direitos da
figura jurídica de Território Indígena, e por isso, há alguns anos, suas
associações lutam pela sua demarcação efetiva. Outra parcela significativa do
território, também não demarcada, localiza-se nas bacias dos rios Padamo,
Cunucunuma, Ventuari e Caura, onde é compartilhado com o povo Ye’kwana
(TILLETT et al., 2014).

 

Do ponto de vista geográfico, o território Yanomami ocupa a porção ocidental
do Planalto do Interflúvio Amazonas-Orinoco, extensa área montanhosa orientada na direção 

sudoeste-nordeste e esculpida sobre rochas do pré-cambriano, que constitui o grande divisor de águas das bacias hidrográficas dos rios Orinoco, na Venezuela, e Amazonas, no Brasil (RADAMBRASIL, 1975). Trata-se de uma região com grandes variações altimétricas e por isso reúne um conjunto riquíssimo de diferentes paisagens e ecossistemas.

Na TI Yanomami, vivem hoje mais de 30 mil indígenas, distribuídos em 376
aldeias, com 68 Polos Bases de saúde, segundo dados do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE). A grande maioria está localizada em regiões remotas, sendo muitas delas acessadas somente por meio de
pequenas aeronaves. A economia das famílias é baseada quase que exclusivamente na agricultura de corte e queima, pesca, caça e coleta de produtos silvestres. Algumas comunidades comercializam produtos florestais não-madeireiros, como castanha e cipó-titica, mas exploram em pequena
escala. Recentemente a introdução de salários e benefício sociais tem sido
também uma forma de diversificar a renda e a economia das famílias.

Texto com contribuição de Estêvão Senra
Saiba mais: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Yanomami

quem são os

Ye'kwana

Os Ye’kwana vivem na área de fronteira entre o Brasil e a Venezuela, na Terra Indígena Yanomami. Na Venezuela vive a maior parte da população, com cerca de 8.000 pessoas.

No Brasil, a população é de aproximadamente 700 pessoas que vivem nas comunidades Fuduuwaadunnha, Wacchannha,
Kudaatannha e Tajääde’datonha, às margens dos rios Auaris e Uraricoera.

A organização social e política das comunidades é tradicional: cada aldeia tem
o seu tuxaua (ädhaajä) e o conselho de lideranças que cuidam da organização local e sempre estão preocupados com o bem-estar da comunidade.

Exímios navegadores e agricultores, os Ye’kwana são um povo de língua karíb
originário da região de cabeceiras dos rios Cunucunuma, Padamo, Cuntinamo,
Metacuni, Ventuari e Auaris, situada em áreas transfronteiriças. Por serem
grandes conhecedores da região, tornaram-se há séculos figuras importantes
nas relações de troca que haviam entre diversos povos indígenas.

São muito habilidosos e perfeccionistas naquilo que fazem e essas qualidades
se expressam em suas artes, como nos balaios compostos por belos motivos
gráficos, nas tangas femininas feitas com miçanga ou nos carimbos de madeira
usados para pintura corporal. É na arte de cantar e cuidar das pessoas, dos alimentos e dos objetos de uso diário que sábios e sábias ye’kwana dedicam a
maior parte de suas vidas. Encontram nos conhecimentos e práticas ensinadas
pelos ancestrais mais antigos bons caminhos para se viver.

A língua Ye’kwana pertencente à família linguística karíb. É a segunda maior
família linguística da América do Sul no que diz respeito ao número de línguas
existentes. De acordo com a classificação proposta por Gildea (2012), o
Ye’kwana pertence ao ramo guianense junto com as línguas Kari’nja, Wayana
e Taranoan (Tarano).

A gramática elaborada pela linguista Natalia Cáceres, Grammaire Fonctionnelle
Typologique du Ye’kwana (2011) é a principal referência sobre a língua Ye’kwana.

A maior parte das línguas karíb encontra-se no norte do Brasil, Venezuela, Guiana, Suriname e 

Guiana Francesa e também há grupos falantes no oeste da Colômbia e no Brasil Central.

De acordo com Gildea (2012), existem cerca

de 25 línguas karíb e o número total de falantes gira em torno de 60 mil a 100 mil pessoas.

No Brasil, os Ye’kwana são majoritariamente monolíngues, especialmente, os mais velhos, as mulheres e as crianças. Em geral, os homens adultos e jovens
entendem e falam bem Português, porém muitos ainda têm dificuldade de se
comunicar na língua portuguesa.


Alguns Ye’kwana conhecem a língua
Sanöma, falada pelo grupo yanomami vizinho. Há pessoas que entendem e
falam o Espanhol, dada a proximidade geográfica com a Venezuela e o fato de
que a maior parte da população ye’kwana vive nesse país.

A área de ocupação tradicional do povo Ye’kwana é a região onde estão as
cabeceiras dos rios Cunucunuma, Padamo, Cuntinamo, Metacuni, Ventuari e
Auaris. Essa região é denominada de Yujudunnha (“área de cabeceira”).


séculos, os Ye’kwana estão vivendo em uma região mais extensa, incluindo
áreas ao longo dos rios Caura, Paragua, Orinoco e Uraricoera. Suas
comunidades estão distribuídas entre os estados Amazonas e Bolívar, no sul
da Venezuela, e no Brasil, estão localizadas na Terra Indígena Yanomami, no
noroeste de Roraima.

Saiba mais: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Ye'kwana

https://acervo.socioambiental.org/acervo/publicacoes-isa/territorio-yekwana-vida-em-auar

comunidades yanomami e ye’kwana 

"JUNTOS, POVO DA FLORESTA, POVO DA CIDADE."

DAVI KOPENAWA

lideranças